Números do e-commerce no primeiro semestre de 2017

Os números do e-commerce no primeiro semestre de 2017 foram divulgados pela consultoria Ebit e trouxeram boas notícias para o mercado, principalmente se levarmos em consideração o cenário de crise que o país vive.

O e-commerce brasileiro faturou no primeiro semestre de 2017 um total de R$21 bilhões, o que corresponde a um crescimento nominal de 7,5% comparado ao mesmo período de 2016, quando foram registrados R$19,6 bilhões.

O número de pedidos aumentou 3,9%, de 48,5 milhões para 50,3 milhões, e o tíquete médio registrou expansão de 3,5%, passando de R$403 para R$418.

Os números foram apresentados no relatório Webshoppers 36, divulgado na última quarta-feira (23/09) pela Ebit, consultoria de referência em informações sobre o comércio eletrônico brasileiro.

Segundo Pedro Guasti, CEO da Ebit, a economia brasileira deu seus primeiros sinais de reação na primeira metade de 2017, fato este que teve um reflexo altamente positivo no e-commerce nacional.

“No primeiro semestre de 2016, no auge da crise política e econômica, o número de pedidos registrou queda pela primeira vez na história, retraindo 1,8%. Nos primeiros seis meses deste ano, além da recuperação do crescimento, o e-commerce ultrapassou pela primeira vez a barreira de 50 milhões de pedidos”, afirmou.

De acordo com o Webshoppers 36, uma das principais causas para o aumento dos pedidos foi a queda dos preços dos produtos comercializados online. O Índice FIPE Buscapé, que monitora a evolução dos valores cobrados no e-commerce, aponta para deflação de 5,38% nos últimos 12 meses encerrados em junho de 2017.

“Em condições favoráveis de mercado, o comportamento do índice é deflacionário, principalmente devido a sua composição e suas características”, explica.

O número de e-consumidores ativos registrou uma expressiva expansão de 10,3% no período, para 25,5 milhões. Para esse levantamento, a Ebit considera os consumidores que fizeram pelo menos uma compra no e-commerce no primeiro semestre de 2017.

Na tabela abaixo, veja a participação em termos de volume de pedidos, dos principais setores durante o primeiro semestre:

Categorias % Pedidos
1 Moda e Acessórios 14,8%
2 Saúde, Cosméticos e Perfumaria 12,2%
3 Casa e Decoração 10,6%
4 Eletrodomésticos 10,3%
5 Telefonia e Celulares 9,5%
6 Livros, Apostilas e Assinaturas 8,5%
7 Esporte e Lazer 6,1%
8 Informática 4,8%
9 Alimentos e Bebidas 4,6%
10 Eletrônicos 3,5%

 

Confira na tabela abaixo, a participação percentual de cada um dos setores do e-commerce brasileiro sobre o faturamento no primeiro semestre de 2017:

Categorias % Faturamento
1 Telefonia e Celulares 22,3%
2 Eletrodomésticos 18,8%
3 Eletrônicos 9,6%
4 Informática 9,2%
5 Casa e Decoração 8,3%
6 Moda e Acessórios 6,4%
7 Saúde, Cosméticos e Perfumaria 4,8%
8 Esporte e Lazer 3,8%
9 Alimentos e Bebidas 2,4%
10 Acessórios Automotivos 2,3%

 

Crescimento significativo do mobile commerce e redução do frete grátis

Os números do e-commerce no primeiro semestre de 2017 mostram um crescimento das vendas através de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, em níveis bem acima da média do mercado.

A expansão registrada no primeiro semestre de 2017 foi de 35,9% – nove vezes maior do que o volume de pedidos do mercado – registrando uma participação de 24,6% no total de vendas do mercado.

“O mais impressionante é o crescimento de 56,2% de volume financeiro. Esse movimento deve-se à aproximação do valor do tíquete médio de compras via dispositivos móveis, que registrou aumento de 14,9% no período, se comparado ao mercado como um todo”, aponta André Dias, COO da Ebit.

Redução da oferta de frete grátis

Muito embora o frete grátis seja visto como uma das principais ferramentas para alavancar as vendas no e-commerce, o que se verificou na análise dos números do e-commerce no primeiro semestre de 2017 foi uma redução dessa oferta.

Os dados divulgados pela Ebit mostram que de maneira geral o que se constatou foi uma redução de 42% para 38% no 2o trimestre deste ano se comparado com o mesmo período de 2016.

Se levarmos em consideração apenas os dez maiores lojas virtuais brasileiras, esse percentual reduz de 26%, para 18% do mesmo período do ano passado.

“O mercado definitivamente tem procurado manter o posicionamento na oferta de frete gratuito apenas para algumas categorias mais específicas de mercado ou quando o consumidor não tem urgência para receber o produto. Dessa forma, pode aguardar por um tempo maior de entrega ou ainda retirar os produtos em alguma loja física”, explicou Dias.

Expectativas do e-commerce para o segundo semestre

Para o segundo semestre de 2017, a perspectiva é que as três grandes datas do calendário do varejo – Dia das Crianças, Natal e, principalmente, Black Friday – impulsionem as vendas.

Para este semestre, a Ebit espera um crescimento de 12% a 15%. Levando em conta os números deste primeiro semestre e a estimativa para o segundo, a Ebit prevê que o mercado volte a registar expansão de dois dígitos, atualizando para 10% a perspectiva de crescimento do mercado no acumulado do ano.

Resultados do Digital Commerce

O relatório Webshoppers 36 traz um estudo inédito sobre o Digital Commerce, que agrega venda de produtos novos e usados de empresas para consumidores – B2C, e de consumidores para consumidores – C2C, além do setor de serviços, como turismo e a venda de ingressos online. Esse mercado movimentou R$93,5 bilhões no ano passado.

De 2012 a 2016, o Digital Commerce apresentou crescimento nominal de 88% com crescimento médio anual (CAGR – Taxa Composta Anual de Crescimento, em português) de 17%.

Neste mesmo período, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 3,9%. “Esse crescimento mostra o dinamismo e o potencial do comércio eletrônico nacional”, afirma Pedro Guasti.

Para Alberto Valle, diretor e instrutor do Curso de E-commerce e da Academia do Marketing, duas escolas de referência em suas áreas no mercado brasileiro, os números do e-commerce no primeiro semestre de 2017 são animadores do ponto de vista estrutural.

“Os resultados apresentados pela Ebit mostram a maturidade do mercado brasileiro, que vem conseguindo nos últimos dois anos, apesar da crise, avançar de maneira consistente. Crescer em um ambiente econômico adverso como o que estamos vivendo é prova de que o mercado está mais do que consolidado” afirmou Alberto.

Os números do e-commerce no primeiro semestre de 2017 mostram que o Brasil já possui um comércio eletrônico consolidado e forte o suficiente até para suportar momentos difíceis como o que estamos passando. Mantenha-se atualizado assinando a nossa Newsletter.

Fonte: Guia de E-commerce